Em seu blog no site da revista The American Interest, Walter Russell Mead publicou análise ( acompanhada da montagem de Bush e Obama ao lado) dizendo que “Obama abraçou seu Bush interior”. Ele afirma que, como Bush, Obama deixou claro que não quer o governo americano defendendo o status quo no Oriente Médio, abandonou a tentativa de não criar uma polarização com o Irã, criticou aliados como Iêmen e Bahrein, elogiou aliados e abriu as portas para alianças com grupos oposicionistas dos países do Oriente Médio. Russell Mead afirma que esses eram também princípios de Bush, mas que suas práticas destruíram os ideais:
Obama há muito hesitou entre a ideia de que Bush tinha a estratégia errada e a ideia de que a estratégia era boa, mas as táticas e a apresentação dela eram pobres. Aparentemente agora ele decidiu ficar ao lado dos elementos centrais da estratégia de Bush. Isso é, francamente, mais ou menos o que eu achei que ele acabaria fazendo; os interesses americanos, os valores americanos e o estado das coisas na região. na verdade, não nos dão muitas alternativas. A questão que o presidente Obama – e nós – encaramos agora é se podemos fazer progredir essa estratégia de forma mais efetiva do que Bush fez. Eu espero que sim, mas os obstáculos são altos.
Na Foreign Policy, David Rothkopf vai na contramão e afirma que o discurso de Obama mostra como a política exterior mudou em apenas poucos anos de administração Obama. Segundo ele, Obama é diferente de seus antecessores por ter mais afinidade com a população da região e por não ver o Oriente Médio como “um mundo cartunesco de bem e mal”, uma óbvia referência a Bush, que estabeleceu o chamado “Eixo do Mal”.
O anúncio de um perdão de dívida significativo e ajuda ao Egito e à Tunísia ilustram outra faceta da administração Obama. Ele não apenas quer se distanciar da abordagem do ‘grande porrete’ da era Bush e não apenas reconhece o fato de que ‘porretes mais espertos’ estão disponíveis para ele e seus aliados, como procura se mover para uma instância diferente, focada em incentivos quando reformas reais são possíveis. Além disso, ao mencionar seu desejo de trabalhar com instituições financeiras internacionais e nossos aliados para criar outras formas de financiamento, comércio e assistência técnica aos programas de nações em reforma, ele mostrou sua preferência de trabalhar de forma multilateral e reconhece que os EUA, com um déficit enorme, teriam que balancear seus compromissos com o apoio de nossos aliados”.
Fonte: Época
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